Revisitado
Hoje folheei páginas do meu passado. Revi cenas, entrei em algumas salas, noutras apenas notei a porta entreaberta. Revisitei partes de mim, da minha história. Nesse tempo imerso em memórias, percebi a presença de mais alguém. Não me senti incomodado, tão pouco desconfortável. Encontrei meu Senhor durante a caminhada. Não falei com Ele, mas me pus a pensar o que Ele fazia ali, porque estava na história que por direito me pertence?
Assustei-me ao compreender que Ele sempre esteve ali, sempre caminhou comigo, ajudando-me a construir o presente que se tornou passado. Era eu que não atentava para Sua presença.
Após alguns instantes, recobrei o fôlego e organizei os pensamentos, concluí que Ele sempre esteve presente. No dia em que quebrei a perna correndo atrás do meu cachorro Ele estava lá, no dia em que minha mãe passou a noite no hospital, meu pai voltou para casa sozinho, foi muito estranho, mas Ele estava lá. Lembro-me até das palavras desconexas que balbuciei, projetando uma oração por ela.
Ainda é claro no coração as noites da adolescência, poucas respostas para muitas perguntas. Respostas equivocadas para perguntas mal formuladas, mas por mais incrível que possa parecer, Ele também estava lá!
Compreendo que em tudo o que vivi, Ele não somente estava lá, mas compartilhava comigo de tudo o que experimentava. Acompanhava-me, inspirava-me e construía em mim a ânsia pela Sua presença.
Não foram poucas as vezes que Sua graça me encantou. Eu o percebia como percebo o vento, apenas não sabia seu nome. Foram necessários dezesseis anos para então ser golpeado por Seu amor profundo que culminou no renascer e nova vida que agora vivo.
Milton Arioso é formado em Comunicação Digital, gestor deste site, escreve em seu blog há 7 anos.
Contato: arioso@miltonarioso.com